Tá dominado, o futebol tá dominado!!!
Mulherada invade a Coparena e dá o tom de disputa acirrada à competição. Dentro ou fora de campo, elas viraram o destaque do campeonato
Que elas estão dominando os espaços (inclusive aqueles que antes eram ocupados por homens, em sua maioria) não é novidade nenhuma. Mas a Coparena Fortaleza da Juventude, maior competição de futebol não profissional do Nordeste, tem uma marca registrada, em sua 4a edição: mulheres em destaque. As equipes femininas estão surpreendendo a cada rodada. Com resultados positivos e atuações acima da média, elas comprovam, a cada rodada, o quanto podem elevar ainda mais o nível da competição, até a grande final.
Atualmente, seis equipes femininas, divididas em dois grupos, tornam a competição ainda mais disputada. Elas se igualam em uma característica presente em grandes atletas de futebol: a garra. Cada uma traz uma história de superação, determinação e luta por mais espaço e igualdade nos territórios por onde a bola rola. “É difícil, inclusive, para treinar as meninas. As Areninhas são bastante disputadas. Nós só podemos treinar no nosso campo duas vezes por mês, em gramado e horários bem reduzidos. Mas quando entramos em campo, temos que ter um desempenho acima da média. É difícil. A gente queria mais espaço. É a nossa luta diária.”, diz Maria Isanete, técnica da equipe “As Minas”, uma das surpresas da Coparena.
Mas há uma notícia boa para elas. A procura está aumentando. Nos Congressos Técnicos, onde geralmente ocorrem os sorteios para definir os participantes da Coparena, elas marcam presença e torcem muito para garantirem presença. Nos jogos, ganham o apoio dos torcedores, que acreditam no talento delas. Além disso, as Areninhas guardam histórias bonitas de meninas que batalham pelo sonho de chegarem, um dia, à Seleção Brasileira. É o caso da Weslane Nascimento, que mora no Planalto Ayrton Senna. Ela ficou conhecida por percorrer longas distâncias de bicicleta só para chegar ao treino. “Nada coloca limites nos meus sonhos. Todos os dias eu acordo querendo chegar à Seleção Brasileira. Preparo meu lanche, pego a bicicleta e saio para o treino. As minhas amigas me admiram pela minha garra. E isso serve de combustível para minha luta diária.”, afirma Weslane.
“Dentro ou fora de campo. Onde a gente quiser”. Este é o lema de meninas que amam o futebol e querem garantir presença nos espaços destinados aos amantes da bola. Pode ser em um time, na área técnica ou até na equipe de arbitragem. Carolina Romanholi é figurinha carimbada nos jogos de futebol e, agora, trabalha nos jogos da Coparena. Ela é auxiliar de arbitragem, carrega no peito o escudo CBF e se apaixonou pela competição de futebol não profissional. Participar da Coparena se tornou para ela um grande prazer. É a chance de ver meninas em situação de vulnerabilidade subindo degraus e com a oportunidade de realizarem sonhos. “Uma das coisas mais bacanas que vejo na Coparena é a valorização do futebol feminino. Elas precisam trabalhar, cuidar de casa, algumas têm filhos, mas não largam o sonho de caminharem lado a lado com a bola. Assim como eu, que alcancei um espaço entre os homens, torço para que elas tenham representatividade.”, comenta a árbitra.
Segundo pesquisas realizadas, o país do futebol, finalmente, vê nascer uma cultura feminina do esporte, alimentada pela insistência de muitas em não aceitar o papel de figurantes (apenas!). Elas querem mais autonomia, espaço, respeito e reconhecimento. Querem ser protagonistas da bola!!!
Veja vídeo sobre as Mulheres na Coparena:
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